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“Bahia vai ignorar as novas diretrizes do governo federal”, diz Rui Costa após decreto editado por Bolsonaro

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), disse que o estado “vai ignorar as novas diretrizes do governo federal”. Ele se refere ao decreto editado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), nesta segunda-feira (11/5), que inclui academias, salões de beleza e barbearias como serviços essenciais. “As nossas medidas restritivas serão mantidas respeitando critérios científicos reconhecidos mundialmente”, escreveu Rui em seu perfil no Twitter. “O objetivo é salvar vidas. Não iremos nos afastar disso”, concluiu o governador.

ENTENDA

No decreto editado por Bolsonaro, há a ressalva de que as determinações do Ministério da Saúde devem ser obedecidas. Na semana passada, o presidente já havia incluído construção civil e atividades industriais na lista, com a intenção de preservar essas categorias em decretos restritivos feitos por prefeitos e governadores.

“Saúde é vida. Academias, salões de beleza e barbearias foram incluídas em atividades essenciais”, disse o presidente, ao retornar para o Palácio da Alvorada, nesta segunda-feira. Também hoje, Bolsonaro afirmou que o combate ao novo coronavírus precisa ocorrer de forma paralela à questão do emprego: “Vou repetir. Questão da vida do vírus tem que ser tratado paralelamente com o emprego”.

Ele voltou a defender o “isolamento vertical”, o que restringiria a circulação apenas de pessoas em grupos de risco – como idosos e portadores de outras doenças como cardiopatias e diabetes -, e negou que os decretos sobre atividades essenciais sejam uma tentativa de burlar as decisões de governadores e prefeitos sobre distanciamento social.

“Eu não burlo nada, saúde é vida”, concluiu, acrescentando que “desemprego mata”

O ministro da Saúde, Nelson Teich, por sua vez, afirmou não ter conhecimento da medida e que a mesma não passou pela pasta, quando questionado sobre a decisão do presidente.

“Se você criar um fluxo que impeça que as pessoas se contaminem, se criar condições e pré-requisitos para que você não exponha pessoas a risco de contaminação, você pode trabalhar retorno de alguma coisa. Agora, tratar isso como essencial, é um passo inicial, que foi decisão do presidente, que ele decidiu. Saiu hoje isso? Falou agora?”, disse Teich, em entrevista coletiva. “Isso aí não é… Não passou; não é atribuição nossa. Isso é uma decisão do presidente”, completou. (AratuOn)