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Caso Miguel: Após quase 1 mês, ex-patroa depõe sobre a queda do menino no Recife

Sari Corte Real estava responsável pelo menino Miguel, que caiu do 9º andar — Foto: Reprodução/TV Globo

A primeira-dama de Tamandaré, Sari Corte Real, compareceu à delegacia de Santo Amaro, no Centro do Recife, para prestar depoimento, nesta segunda-feira (29). A esposa do prefeito de Tamandaré, Sérgio Hacker (PSB), estava responsável por Miguel Otávio, de 5 anos, quando o menino, filho de sua ex-empregada doméstica, caiu do 9º andar do prédio de luxo em que ela mora, no Centro do Recife, no dia 2 de junho

Normalmente, a Delegacia de Santo Amaro abre apenas às 8h, mas abriu mais cedo nesta segunda. Sari chegou ao local por volta das 5h50 e estava acompanhada pelo marido, pelo motorista e um advogado. Pouco depois, mais dois advogados chegaram ao local. Nenhum deles falou com a imprensa. O depoimento começou às 6h.

Em nota, a Polícia Civil explicou que os advogados de Sari solicitaram que o depoimento fosse no horário mais cedo possível e que, “considerando os argumentos relativos à possibilidade de aglomeração de pessoas e o risco de agressão à depoente por parte de populares”, o delegado atendeu ao pedido.

Por volta das 8h20, a mãe de Miguel chegou ao local e declarou que esperaria até a ex-patroa sair da delegacia para “dizer uma verdade na cara dela”. Por volta das 10h50, Mirtes Renata de Souza foi autorizada a entrar na delegacia, acompanhada de um advogado que a representa. Às 12h50, a avó do menino, Marta Santana, também pode entrar no local.

No dia em que o menino caiu, a primeira-dama de Tamandaré foi autuada em flagrante por homicídio culposo, pagou fiança e responde em liberdade.

Imagens do circuito interno do prédio mostraram que a ex-patroa parece enviar o garoto, no elevador, para andares superiores, enquanto ele perguntava pela mãe, que tinha descido para passear com os cachorros de Sari.

Segundo a perícia, Miguel caiu de uma altura de 35 metros, no dia 2 de junho. Mirtes estava passeando com a cadela da família dos ex-patrões quando tudo aconteceu.

Outros depoimentos
Na quinta-feira (25), Mirtes Renata Santana de Souza, mãe do menino, prestou depoimento na mesma delegacia e saiu sem conceder entrevista. A avó materna da criança, Marta, também esteve na delegacia. Além da doméstica, mais sete pessoas foram ouvidas sobre o caso.

Na sexta (12), a Polícia Civil ouviu depoimentos de Tomaz Silva, gerente de operações do Pier Maurício de Nassau, edifício onde ocorreu o acidente; e de Eliane Lopes, manicure que estava no apartamento de Sari no momento em que Miguel caiu.

O ex-síndico do prédio e o porteiro foram ouvidos na quarta-feira (10). Na ocasião, o ex-síndico Carlos Lopes relatou que o prédio seguia todas as normas de segurança necessárias.

A Polícia Civil informou que deve se pronunciar sobre o caso ao final das investigações. O inquérito tem duração de 30 dias, podendo ser prorrogado pelo mesmo período.

Miguel, de 5 anos, morreu ao cair de prédio — Foto: Arquivo pessoal

Caso Miguel
Na tarde do dia 2 de junho, a mãe de Miguel, Mirtes Renata Santana de Souza, havia descido do apartamento de Sari para passear com a cadela da família e deixou o filho aos cuidados de Sari. O menino entrou no elevador de serviço, e a patroa da mãe aperta o botão que leva à cobertura.

Sozinho, ele apertou vários botões. Parou primeiro no sétimo andar, mas não desceu. Subiu mais dois andares, saiu e abriu uma porta. Apenas um minuto depois, ele caiu no térreo. De acordo com a perícia, a queda foi de uma altura de 35 metros. (G1)