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Cyberbullying: ofensas pela internet também preocupam pais e professores

O bullying tem sido tema de debates, principalmente, nas escolas nos últimos anos. De acordo com a pesquisa mais recente do IBGE voltada para saúde escolar, feita em 2019, um a cada três adolescentes de 13 a 17 anos na Bahia já sofreu bullying. Mas, ao contrário do que muita gente pensa, a prática não se resume a humilhações ao vivo, também existe uma variante on-line, o cyberbullying.

Cyberbullying é a prática de bullying na internet. Ou seja, são utilizados aparelhos como celulares e computadores e plataformas como as redes sociais e aplicativos. Além das ofensas, uma característica especial do bullying praticado na internet é que ele pode envolver compartilhamento de dados, fotos e vídeos pessoais para promover constrangimento.  

No dia 3 de agosto de 2021, Lucas Santos, de 16 anos, tirou a própria vida, segundo a família, após ofensas que recebeu nas redes sociais. Ele era filho da famosa cantora de forró Walkyria Santos. De acordo com informações repassadas pela mãe, Lucas não suportou as brincadeiras preconceituosas após a publicação de um vídeo dele e de um amigo feito, segundo o menino, “para tirar onda”. A mãe falou que a conta do filho no TikTok foi inundada de comentários preconceituosos e extremamente ofensivos de caráter homofóbico. 

De acordo com a pesquisa, 11,9% dos estudantes baianos de 13 a 17 anos já se sentiu ameaçado, ofendido ou humilhado nas redes sociais ou aplicativo de celular. As mulheres (14,3%) relataram mais o problema do que os homens (9,3%), e os estudantes de escolas públicas (12,0%) um pouco mais que na rede privada (11,4%). 

Em Salvador, o cyberbullying foi mais frequente que no estado como um todo, informado por 13,4% dos escolares de 13 a 17 anos. Foi mais relatado pelas mulheres (16,6%) do que pelos homens (10,2%) e por estudantes da rede pública (14,3%) do que privada (11,3%).

A psicopedagoga do Colégio Villa Global Education, Daniela Oliveira, acredita que o cyberbullying não pode ficar de fora do debate nas escolas. “Os alunos precisam estar preparados para identificar os casos e evitar que eles aconteçam. Esse é o grande tema do momento, a internet faz parte da vida dos jovens e não dá para a escola se ausentar desse debate com a desculpa de que não é um ambiente escolar; tudo está conectado. Está aí a importância de nós adultos conhecermos esses ambientes virtuais para poder orientar os alunos”, aponta.

Fonte: Correio24horas