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Enem Digital começa a ser aplicado em 2020 e divide opiniões

Novo modelo vai economizar papel, mas logística preocupa especialistas

O ano de 2020 nem chegou ainda e já está dando o que falar. Nesta quarta-feira (3), o Ministério da Educação (MEC) informou que no ano que vem 50 mil candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) farão a prova na versão digital. A mudança faz parte de um projeto que deverá ser concluído em 2026, quando 100% das provas serão online. A medida dividiu opiniões. Segundo o ministro da Educação, Abraham Weintraub, o objetivo é modernizar o processo seletivo, além de torná-lo mais ágil e econômico. Durante entrevista, em Brasília (DF), ele informou que 2020 não se trata de um teste, mas de uma aplicação-piloto, em que a avaliação das questões objetivas e a redação será online. Os 50 mil candidatos que farão o novo modelo correspondem a 1% da população do Enem.

“Há 100 anos, o Brasil faz exames de seleção da mesma forma, no papel. O que a gente quer é seguir o mesmo padrão que é feito lá fora (em outros países). A pessoa vai até o computador, se identifica, é feita toda a certificação, com segurança, faz a prova, e recebe todos os comprovantes para ter tranquilidade de que não terá nenhuma troca, fraude, etc. E com isso ganha-se muito mais agilidade, perspectiva para o futuro e adaptação”, disse.

Na prática, no momento de fazer a inscrição do Enem 2020, o candidato vai escolher se quer fazer a prova impressa ou a digital, sendo que o limite é de 50 mil vagas para o online nesse primeiro ano. O MEC não informou o que acontecerá se o número de estudantes que optarem pelo novo modelo for inferior ao estabelecido como meta.

Quem quiser participar da aplicação-piloto terá que correr um pouco mais com os estudos. Isso porque as provas digitais serão realizadas em outubro, enquanto a impressa continuará sendo feita em novembro. Em caso de problemas logísticos ou de infraestrutura, o candidato terá direito à reaplicação da avaliação, em papel, em dezembro. Cada uma das três provas terá questões diferentes e o investimento inicial é de R$ 20 milhões.

A prova digital será realizada em Salvador e outras 14 capitais: Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Manaus (AM), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP). Correio24horas