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Jaguaquara: Apreendidos carros de luxo em ação que flagrou empresário com drogas

 
PF apresentou carros em Salvador. Foto: Alan Tiago Alves/G1
                             PF apresentou carros em Salvador. Foto: Alan Tiago Alves/G1

Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (12/5) em Salvador, o delegado da Polícia Federal, André Rocha, detalhou a operação Mundo Velho, que prendeu em flagrante um empresário de 29 anos e outras cinco pessoas com mais de uma tonelada de maconha e cocaína na Fazenda Tripolândia, em Jaguaquara, no Vale do Jiquiriçá. Carros de luxo também teriam sido apreendidos durante a operação ontem, segundo revelou a PF hoje, em nota publicada no site G1. O empresário preso é casado com a cantora Viviane Tripodi, com quem tem dois filhos. A PF não informou de quem pertencem os carros apreendidos: uma BMW, uma Hilux, uma SW4 e um Ford Ranger. Ainda conforme a PF, o empresário é conhecido em toda a Bahia pela atuação no tráfico de drogas e, assim como outros integrantes do grupo, já havia sido preso por conta do mesmo crime. Segundo a PF, a fazenda, era utilizada pela quadrilha para estocar drogas antes dos entorpecentes serem distribuídos a compradores de cidades baianas e diversos estados do país. Somente na fazenda, foram encontrados cerca de 800 kg de maconha em tabletes prontos para a venda. Drogas também foram localizadas em uma van plotada como ambulância de resgate do Corpo de Bombeiros (400 quilos de maconha) e em um galpão utilizado pela organização criminosa (69 quilos de cocaína), situado no bairro de Itinga, em Lauro de Freitas, na região metropolitana de Salvador. A van disfarçada de ambulância tinha fundo e teto falsos, onde estava a droga, e saiu da cidade de Porto Seguro com destino à Jaguaquara, quando foi flagrada. A Polícia Federal disse ainda que só há indícios de prática de crime contra os seis presos, mas o órgão informou que outras pessoas também são investigadas. Conforme o órgão, elas estão sendo ouvidas para que a polícia possa identificar eventuais participações com o grupo criminoso. A PF não citou nome de nenhum suspeito. A operação também cumpriu mandados de busca e apreensão nos municípios de Eunápolis e Porto Seguro, no sul do estado. A PF informou que a ação é fruto de uma investigação iniciada há mais de dois meses com o objetivo de desarticular a organização criminosa, que tem como principal atividade ilícita o tráfico de entorpecentes.

”O tráfico de drogas é o estopim para a prática de outros crimes. Por isso, é importante combatê-lo desde o cultivo da droga, como é o caso da maconha. Esta já é a terceira operação para combate de tráfico realizada esse ano”, destacou o delegado da Fábio Muniz, responsável pelo Setor de Investigação de Crimes Organizados da PF. O delegado André Rocha, que também atuou na operação, informou que a PF está investigando a procedência da drogra apreendida, mas que tudo indica que o entorpecente tenha saído de estados como Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. ”Já vinhamos investigando esse grupo responsável por entrada de drogas na Bahia bem antes da operação ser oficializada, no dia 21 de abril. E temos indícios de que essa droga venha de estados brasileiros que possuem estocagem do material. Por enquanto, ainda não há indícios de que tenha vindo do Paraguai, pela forma de embalagem do material, e por isso não há indícios de tráfico internacional”, destacou. Segundo Rocha, a investigação continua para também esclarecer como funcionava a quadrilha. ”Vamos investigar a hierarquia do grupo e como se estruturava. A suspeita de liderança caiu sobre um dos presos [o empresário] devido a vinculação de alguns imóveis com pessoas próximas deles, que também são investigadas, mas que não foram indiciadas” destacou. O delegado informou que a polícia chegou até os suspeitos após interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça. ”Também foram utilizados métodos de vigilância especiais e entrega controlada, que é quando se acompanha o trânsito de certa quantidade de entorpecentes para responsabilizar pessoas. A investigação se originou em Porto Seguro”, disse. O delegado também informou que há indícios de lavagem de dinheiro. ”Temos indícios, mas ainda não há conclusões. Para se descobrir isso é preciso a utilização de algumas técnicas que demandam mais tempo, como quebra de sigilo bancário e investigações sobre bens que possam ter sido adquiridos com o dinheiro oriundo da comercialização de drogas. Ninguém ainda foi indiciado por lavagem de dinheiro”, destacou.