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Preso suspeito de abusar e torturar enteada por nove anos

Já está sob custódia da Polícia Civil de Camaçari, Thiago Alves, suspeito de molestar da enteada Eva Luana, 21 anos, desde que ela tinha apenas 12 anos. Seu drama ficou conhecido após ela utilizar as redes sociais para denunciar o seu padrasto, por causa de abusos e agressões sofridas por ela e sua mãe. Eva descreveu os anos de sofrimento que passou: “Minha mãe era agredida, abusada, violada e torturada quase todos os dias. Meu padrasto era obsessivo e ciumento com ela. Resumindo de uma maneira geral, ela era agredida com chutes, joelhadas, objetos. Era abusada sexualmente de todas as formas possíveis.  Era obrigada a tomar bebidas até vomitar e quando vomitava tinha que tomar o próprio vômito como castigo”. A delegada titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM/Camaçari), Florisbela Rodrigues nos afirmou que Thiago já foi ouvido e que nega todas as acusações que lhe são imputadas. 

Conhecido na cidade, o suspeito já havia exercido cargo público na Secretaria de Habitação de Camaçari do qual já foi exonerado. O órgão publicou uma nota de repúdio às ações do agora ex-funcionário. Confira:

O secretário de Habitação de Camaçari, Junior Borges, também se posicionou sobre o fato em sua página no Facebook: “O Secretário de Habitação, Júnior Borges, vem repudiar qualquer ato de violência, seja ela física, sexual, psicológica. Qualquer ação de violência cometida a qualquer cidadão deve ser condenada e tem a confiança plena na justiça para que casos, como o da menina Eva Luana, que está sendo veiculado em todos as mídias, não ocorram mais, nem em Camaçari e nem em nenhum lugar do mundo.

Desde o início deste caso, o secretário Júnior Borges, quando foi informado do desaparecimento de Eva, prestou todo o apoio, realizando uma mobilização para encontrar o seu paradeiro. Assim que as primeiras informações sobre o caso chegaram à secretaria, o processo de exoneração do acusado, conhecido como Thiago Alves, foi imediatamente realizado e, desde o ocorrido, não tem vínculo com o referido.

Pela aproximação conquistada com a garota Eva Luana, o secretário Júnior Borges, junto com a SEHAB, tem acompanhando e estado atento à todas as informações sobre o caso, prestando solidariedade e dando todo o apoio possível para que esta terrível tragédia na sua vida tenha as menores consequências possíveis e que Eva possa seguir a sua vida com segurança, respeito e alegria.”

Confira a publicação da jovem:

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{2} (…) e de 4 ele enfiou as pizzas na minha boca me chamando de animal, eu vomitei e comi meu próprio vômito.  Meu gato comeu um pedaço e lambeu outro, ele me obrigou a comer o que ele havia lambido. Eu apanhei a noite toda e no outro dia eu tinha que fingir que nada havia acontecido. Eu era obrigada a fazer todos os trabalhos da faculdade dele e se eu não fizesse perfeito eu pagava o preço.  Eu também respondia todas as provas da faculdade,  era obrigada a sair mais cedo da minha aula pra responder às provas dele pelo celular. Existiam castigos e punições pra tudo. Até mesmo se eu não pagasse uma conta no banco que estava super lotado, mesmo tendo horários no trabalho ou estágio. Meu celular era vistoriado todos os dias a noite. Ele desinstalava o whatsapp e reinstalava novamente pra poder recuperar as conversas apagadas.  Eu não podia namorar. Eu não podia sair com meus amigos, não tinha vínculo social com ninguém. Todos os vínculos eram vigiados e ele sempre respondia pessoas como se fossem eu. Todas as minhas senhas no celular, redes sociais e Gmail eram monitoradas por ele . Me vigiava na porta da sala da faculdade.  Todos percebiam e me viam chorando. Ele me tratava mal em público. Ele me agredia nos estupros mas depois de um tempo, só utilizou das ameaças contra a minha família. Eu era usada como um lixo. Já abortei diversas vezes. Nunca pude ir ao médico pra fazer curetagem. Todas as vezes sangrava e passava mal a noite inteira. Já vi os bebês inteiros no vaso sanitário.  Eu era chamada de burra, anta, doente, demente todos os dias e era obrigada a repetir isso pra mim mesma. Quando era solicitada pelo trabalho ou convidada pra algo que eu não poderia recusar, era obrigada a mandar print pra ele me permitir ir ou não.  Minha mãe era agredida psicologicamente constantemente também,  não tinha mais voz ativa dentro de casa. Ele arrancou a alma dela também. Ele é um monstro, perdi minha infância e adolescência. Me sentia um lixo por não ter forças pra pedir ajuda e por sentir tanto medo (…)

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