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Renda cai e desigualdade aumenta no país pela primeira vez desde 1992

A recessão e as crises política e fiscal do ano passado levaram o Brasil a registrar pela primeira vez desde 1992 a combinação de queda na renda com o aumento da sua desigualdade. De acordo com matéria da Folha, o resultado marca o fim de um período de 14 anos consecutivos de melhora na equidade social brasileira, uma das grandes marcas dos governos do PT. Em mais de duas décadas, desde o início da série da chamada Nova Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) em 1992, nunca renda e desigualdade pioraram juntas no país. Nas crises de 1999 e 2003, por exemplo, embora a renda dos brasileiros tenha registrado recuos expressivos, a desigualdade não cresceu. No intervalo entre essas crises, quando a desigualdade cresceu, a renda registrou pequenas altas. A grande “virada” negativa ocorreu no último trimestre de 2015. Desemprego, inflação, queda nos rendimentos e a crise fiscal (que compromete o financiamento de programas sociais) tendem a acentuar daqui em diante esse quadro de deterioração. Levando em conta a interação entre os comportamentos adversos da renda e sua distribuição, Neri calcula em -3,75% a queda do bem-estar geral da nação em 2015. Este índice sintetiza os dois lados do crescimento inclusivo, conferindo mais peso a quem ganha menos, valorizando também a maior proximidade das condições de vida entre brasileiros. Em 2015, a renda do trabalho per capita caiu expressivos -3,2%. Já a renda total recuou menos (-2,2%) por incluir especialmente benefícios previdenciários, reajustados além da inflação. Com a crise fiscal atual e a necessidade de um forte ajuste, a tendência da renda total é de quedas maiores. No ano passado, por exemplo, o Bolsa Família não foi reajustado. (Voz da Bahia )