Na terça feira (15), foi realizada em Salvador uma audiência púbica, provocada pela Câmara de Vereadores de Mutuípe para debater os repasses da SESAB ao Hospital e Maternidade Clélia Rebouças – HMCR, único hospital público do município. Estiveram participando o Presidente da Comissão do Saúde na Assembleia Legislativa, deputado Alan Sanches (DEM), o Prefeito Carlinhos (PT), o presidente da Câmara Junior Cardoso (PR), secretária de Saúde Jaqueline Mirne, o vice-presidente da comissão Deputado José de Arimatéia (PRB).
Segundo a presidente Clélia Freitas, o Estado só realizou o primeiro repasse no final de junho. “Ficamos 103 dias sem receber nenhum recurso e mantendo o hospital em funcionamento “, denunciou.
Os representantes do hospital e vereadores demonstraram na audiência o estado de abandono e sucateamento em que ficou a unidade de saúde com a passagem das duas empresas que foram avalizadas por Dr. Andrés Alonso, APMI de Castro Alves, e Fundação José Silveira – FSJ, que por fim ainda deixou uma dívida em alugueis em mais de R$ 170 mil reais.
A senhora Marinheide emocionada destacou a forma como a FSJ deixou o hospital e cobrou que a instituição com mais de sessenta anos de serviços prestados a população mutuípense e do Vale permaneça aberta.
De acordo com a Deputada Del Carmem o encontro foi muito importante: “Esta audiência foi bastante positiva, pois ficamos a par da situação do hospital, que atualmente enfrenta dificuldades financeiras e de funcionamento, devido à falta de equipamentos, além de esclarecermos os fatos com relação à Secretaria Estadual de Saúde, que faz o repasse de acordo com as metas alcançadas pelo hospital. Aproveitamos a ocasião para parabenizar as ações e gestão do prefeito Carlinhos que, mesmo com todas as dificuldades que o município vem enfrentando, trabalha de forma incansável para garantir melhorias para a população em todos os níveis, sobretudo na área da saúde, pois Mutuípe é um dos poucos municípios pobres da Bahia que investem 24% da sua arrecadação para este fim. O município, através da sua Secretaria de Saúde, tem somado esforços junto à APMI para que a população não fique desassistida”
Presente na Comissão, o deputado estadual e líder do PMDB, Pedro Tavares manifestou apoio à causa e pediu sensibilidade por parte do Executivo com a situação delicada da instituição. “Mutuípe é uma cidade aliada ao governo estadual e ainda assim não tem a devida atenção na área de saúde. É preciso ter uma posição concreta, pois essa não é a primeira vez que esse debate acontece. Não se pode prestar um serviço se não existe a segurança quanto ao recebimento dos recursos no prazo estabelecido. A população não pode sofrer e o hospital não pode levar a culpa. Espero que o governo resolva logo essa situação e o povo de Mutuípe tenha um serviço de saúde de qualidade “, destacou o parlamentar.
De acordo com falta da secretária de saúde de Mutuípe a parceria entre prefeitura e APIMIM é dentro das possibilidades “Continuamos com a parceria da gestão com o hospital e os investimentos que vem sendo realizados com a disponibilização de ambulâncias e carros além de procedimentos de média complexidade. Me comprometi em participar da elaboração do plano de gestão hospitalar a fim de agilizarmos a aplicação dos recursos no hospital”, declarou Jacklene Mirne. (infosaj)
Algumas propostas forma debatidas e demandas foram levadas ao Secretário de Saúde Dr. Fabio Villas Boas durante a tarde, por intermédio de Rogério Andrade, estando presente também o direto da SUREGS Dr. Rodrigues, que não vinha recebendo D. Célia Freitas há algum tempo.
O secretário de saúde do estado demonstrou não conhecer a realidade do município, a fez questão de enfatizar que os problemas não eram do estado “é preciso que os vereadores entendam o papel do estado, que não tem nenhuma relação direta com o a gestão interna do HMCR, na condição de gestor público eu não posso dar R$ 300 mil para uma para uma instituição que não está prestando serviço, eu preciso que o hospital produza para que eu pague, se não produzir não paga,… vocês precisam correr atrás de uma gestão eficiente., …a conta partida é trocar a gestão ou colocar alguém que entenda do riscado.” Villas Boas foi cobrado pelo vereador Junior Cardoso, para que uma equipe técnica seja enviada ao hospital e um plano de gestão e reestruturação seja executado e recebeu sinalização positiva do secretário que ainda afirmou não poder injetar dinheiro no hospital, pois algumas documentações ainda estão pendentes e foi cobrado pelo repasse de 14 dias que o estado tem em débitos com a unidade de saúde ainda do mês de março, Vilas Boas mais uma vez se comprometeu em sanar os problemas, ainda segundo ele hospitais de pequeno porte em pequenos municípios não são rentáveis, dando como alternativa uma UPA 24h para atender a população como serviço de parto normal.