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Dr. Corina Lopez de Oliveira, delegada de Polícia Civil de Mutuípe, participou nesta quinta-feira (24), do programa Cara a Cara com o Povo da Rádio Interativa para falar sobre o casa Kêda Sousa, vítima de tentativa de feminicídio no sábado (19), na região da Baixa Alegre, zona rural. Segundo Lopez, desde o dia em que o crime foi praticado, a polícia tem trabalhado nas investigações, uma arma semelhante a utilizada foi encontrada numa roça de cacau e encaminhada para perícia para identificar se foi a utilizada por Marcelo – (acusado de cometer o crime), “Nós estamos com o inquérito praticamente pronto, o pai já foi acionado, mesmo consternado com a notícia da filha, mas mesmo assim nos ajudou em seu depoimento, a testemunha ocular, hoje ouvimos outra, e estamos finalizando o inquérito, ele continua foragido e concluindo o inquérito, vamos colocar a foto nos cartazes como procurado, e se a população souber de alguma notícia concreta do paradeiro dele nos informe, o sigilo é garantido.” Disse a delegada. A distância a qual o tiro foi deflagrado e a precisão também foi questionado: “foi preciso o disparo dele e alcançar ela na janela, a gente deduz que ele tinha uma boa pontaria ou fazia treinamento continuo”,declarou ela.
Questionada se o acusado já teria passagem por violência, foi informado que nenhuma queixa contra ele foi registrada até o dia da ocorrência. Outros dois casos de feminicídio e uma tentativa foram lembrados. Em 31 de dezembro na zona rural, região do Garapa, (divisa com Valença) um desentendimento em um bar, provocou a morte de uma mulher de prenome Jucilene (Neia) e um tiro que acertou a boca de outra identificada por Rosenilda “Rosa”. O segundo caso, em 4 de março, quando Eliane Cristina Evangelista de Jesus, 41 anos, morreu após ser agredida pelo companheiro no Alto da Cajazeira. “eu vejo com muita tristeza, eu estou aqui desde 2007, e sempre lidando com casos, com a lei Maria da Penha, menos greves, mas a esse nível começou em 31 de dezembro, quando teve o caso da zona rural, uma menina faleceu por disparos de arma de fogo, o acusado identificado com Naldo se apresentou e foi ouvido, e teve o caso aqui próximo a rádio, que ele também se apresentou posteriormente, esses dois inquéritos estão quase finalizados, e estou esperando somente os laudos chegarem pra relatar, esse terceiro caso, o da professora…, consternou a população…, nos dá tristeza, a violência contra a mulher é uma luta nacional, existem muitas mulheres sofrendo violência psicológica e física”. Disse Lopez. Dr.ª Corina destacou que no dia a dia existem registros de violência doméstica e cobrou a denúncia, “as vezes elas se sentem envergonhadas de irem à delegacia informar o fato, é melhor informar do que chegar ao ponto que chegou a professora, se em datas anteriores ela tivesse ido a delegacia, já teria tomado a medida protetiva, estariam os dois afastados e talvez isso não teria acontecido”. Cobrou ela. A delegada finalizou o comentário sobre o caso de feminicídio destacando a empenho do grupo da Polícia Civil, “a gente está remarcado várias coisas, só ouvindo esse caso, para acelerar esse processo, até o escrivão se sensibilizou, tem hora que a gente respira para a lagrima não descer. Finalizou. O telefone da Polícia Civil de Mutuípe é 75 3635 2181. Estado de saúde tem melhorado, mais ainda é gravíssimo. Nesta quinta-feira (24), o dreno colocado na cabeça da professora foi retirado, a recuperação é lenta, mas inesperada, ela pode ficar com sequelas, a família tem acreditado e se apegado na intercessão dívida para que ela tenha a saúde restabelecida. Ontem Kêda Sousa foi desentubada. Uma manifestação na Praça Góes Calmon, com pedidos de justiça será realizada nesta sexta-feira (25). (MB)