Em votação por 9 votos a 6, vereadores governistas e oposicionistas se uniram e derrubaram a proposta de Emenda à Lei Orgânica que permitia a reeleição da Mesa Diretora do Legislativo de Jaguaquara. A proposta apresentada pelo atual presidente da Casa, Élio Boa Sorte, que pretendia disputar à reeleição, visa adequar o Regimento Interno da Casa à Lei Orgânica do Município (LOM) e foi rejeitada por 6 dos 15 parlamentares. Boa Sorte teria dado entrada na Emenda na sessão do último dia (30). No primeiro momento, o vereador Lindoval Muniz (PP) pediu vista do projeto apresentado. Nesta quarta (6), Muniz manteve seu posicionamento contrário a reeleição do atual presidente, unindo-se a outros dois parlamentares da base do prefeito Giuliano Martinelli (PP), o ex-presidente Raimundo Louzado (PR), que não esconde sua pretensão de candidatar-se à presidência novamente e Cristiane Pinheiro (PP), que apesar de ser prima de Martinelli, também reagiu de forma contrária à reeleição, mesmo consciente da boa relação do primo prefeito com o líder do Poder Legislativo e justificou revelando ser favorável a alternância na presidência.
Os três governistas se somaram aos votos da oposição: Sara Helem (DEM), Valdir Souza (PHS) e Roque Machado (PSL). Votaram a favor, acompanhando Boa Sorte, os edis: Nildo Pirôpo (PSB), Francisnei Santos (PSL), Edenilson Brustolin (SD), Jocemar Oliveira (PR), Uelson Pereira (PRB), Edmilson Barbosa (PTB) e Alex Amorin (PRB). A decisão desta quarta veda o direito de reeleição a presidência da Casa e, como Élio já exerce o cargo pelo segundo mandato, não poderá se candidatar na próxima eleição para nova Mesa Diretora, que deve ocorrer no dia (20) de dezembro. Ele precisava de 10 votos para aprovar a alteração e buscar a governabilidade em outras duas votações. Nos bastidores, as informações são de que faltou em Boa Sorte a capacidade de articulação. Em determinado momento, chegou a se especular que a oposição estaria dialogando para aprovar a emenda e manter Élio na presidência, mas foi um mero engano. Quando o fator ”união dos poderes” era levado em consideração pelos governistas, tudo era favorável, pela estreita relação do prefeito, que detém a liderança do grupo, com o presidente, mas o clima entre Élio e três membros da mesma bancada: Lindoval, Raimundo e Cristiane estava pra lá de ruim. Reclamavam da falta de diálogo durante a condução dos trabalhos e as arestas não foram aparadas até o momento da votação. Élio segue no comando da Casa até o dia 31 de dezembro, quando passará o bastão. Apesar de ter saído derrotado do processo, recebeu elogios dos vereadores que os classificaram de político correto, profissional [médico] bem conceituado na cidade, destacado no cargo de presidente pelo grande esforço no sentido de afagar Giuliano, com ações como a devolução de verbas aos cofres municipais, que beneficiaram a população com construção de praça e pavimentação de ruas. ”Sou vereador até 2020 e continuar presidente era também um desejo do prefeito, mas é a vida e a gente tem que continuar. Vou continuar seguindo a orientação do prefeito e, em dezembro, teremos uma nova eleição. Vamos conversar com o prefeito, escolher um nome dentro do grupo e vamos saber quem o prefeito e os vereadores acham que deve ser o candidato. Vou continuar minha luta na saúde, concluir as reformas estruturantes dessa casa, porque a vida continua. Permanecer por mais dois anos era pra levar mais obras a população, pois aqui a gente sempre fez as coisas com transparência”, disse Boa Sorte em seu discurso. (BMF)