O governador Rui Costa disse nesta sexta-feira (22) que o estado vive uma “guerra não declarada” ao tráfico de drogas. “Só ontem, aqui em Salvador, nós tivemos três jovens executados no bairro de São Caetano e um policial executado também por criminosos. […] Nenhum país em guerra no mundo hoje, nem no Estado Islâmico, se mata 45 mil pessoas assassinadas por ano como se mata aqui pelo tráfico e pelo crime”, classificou, durante o Fórum Dialoga, que debateu o Planejamento Estratégico do governo para os próximos quatro anos. Rui afirmou que não pode comemorar a redução de 21% do número de assassinatos no estado porque os valores absolutos ainda são muito altos.
Para ele, é necessário aumentar o número de penas alternativas para crimes de pequeno teor ofensivo e reduzir os benefícios concedidos para quem comete atentados à vida. “Eu acho que a gente precisa rever a legislação brasileira em relação aos homicídios. Não dá pra ter, na minha opinião, o tipo de padrão de cumprimento de pena para quem tira a vida de uma pessoa. Alguém que assassina uma pessoa e leva 18 anos de condenação, com 3 anos pode estar solto para cometer outros crimes”, criticou. O governador sugeriu a criação de um Fundo Nacional da Segurança Pública para que os estados possam remunerar e capacitar melhor os profissionais, além de estruturar melhor a inteligência das polícias civil e militar. “Não se trata só de uma questão financeira. Hoje, a Bahia está com 36% da Receita Corrente Líquida com gasto de pessoal. Então, mesmo que eu tivesse o recurso próprio para fazer isso, eu não teria como passar desse limite. Então esse fundo é mais do que necessário. […] Se o estado mais rico, que é São Paulo, não está conseguindo sozinho responder a essa questão, imagina os outros”, explicou. (BN)