Ex-prefeito de Salvador e presidente nacional do Democratas, ACM Neto defendeu nesta quinta-feira (4) a volta às aulas presenciais para março, seguindo protocolos rígidos, para não comprometer mais um ano letivo, especialmente na rede pública. Neto visitou Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo. As declarações foram dadas durante coletiva de imprensa antes do encontro de Neto com o prefeito Genival Deolino (PSDB) com o objetivo de debater gestão municipal. Esta é a quarta visita realizada por ele desde janeiro – antes, foi a Teixeira de Freitas e Eunápolis, no Extremo Sul, e a Luís Eduardo Magalhães, no Oeste.
Sobre a educação, Neto reforçou que é preciso começar a pensar no retorno às aulas. “Já comprometemos 2020, não dá para comprometer 2021, sob pena de nunca mais a gente conseguir recuperar o terreno perdido, de não ser possível oferecer aos alunos o aprendizado que precisam para a formação deles. Considero que é importante o entendimento do governo estadual com as prefeituras, que preveja a possibilidade de retorno a partir de março, com todos os protocolos, medidas de segurança, distanciamento, higienização”, disse.
A rede pública será a principal prejudicada se não houver o retorno presencial, destacou. “Boa parte da rede pública não está tendo aula nenhuma. Se for esperar que todos sejam imunizados, (as aulas) não voltam em 2021 provavelmente pelo atraso em relação à vacinação no Brasil”, disse.
Congresso Para Neto, o Democratas saiu vitorioso do processo de eleição no Congresso Nacional. “Pelo quarto biênio consecutivo, conseguimos eleger o presidente de uma Casa Legislativa. O Democratas comandou a Câmara por mais de quatro anos e agora está caminhando para comandar o Senado pelo terceiro ano consecutivo. Isso é um grande feito político do partido. Isso mostra o peso, importância, relevância do Democratas no contexto nacional”, considera.
Para ele, Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, “será uma grande revelação da política brasileira”. “Não tenho dúvida que será um presidente do Congresso que irá assegurar a independência do Legislativo e terá capacidade de liderar os parlamentares nessa agenda tão importante para o Brasil, de superação dos problemas relacionados à pandemia, de retomada do crescimento econômico tão necessária e urgente, sobretudo para quem está desempregado”, diz.
Ele afirmou que partido “não é um cartório” e não tem dono. “Existem partidos que são cartórios. o Democratas tem diversas lideranças, todas são consideradas, ouvidas, todas têm seu peso na decisão partidária. A bancada federal estava dividida no processo da Câmara. Diante de evidente divisão, a executiva tomou a única decisão possível para garantir a unidade e integridade da bancada, que foi de liberar os deputados para que cada um tomasse sua posição”, acrescentou.
Vacinação O ex-prefeito criticou a condução do governo federal na pandemia ao falar da vacinação. “Demorou para estreitar entendimentos com laboratórios, o governo apostou num só caminho que foi a vacina de Oxford. O governo tinha que ter aberto diálogo com todas elas. Eu preguei em Salvador que não interessava a origem, a nacionalidade, o que interessava é que, a vacina sendo eficaz, tendo efeito e resultado, deveria ser adquirida. Esse não foi o pensamento do governo e agora estamos pagando um preço alto. A velocidade de vacinação está muito aquém do necessário. E o que vai nos tirar da pandemia é a vacina”, acredita.
Santo Antônio Neto falou sobre os pontos que considera importantes para uma boa gestão, a partir da sua experiência em Salvador. “Não que a gente tenha uma fórmula pronta, mas eu diria que existem muitos desafios que são comuns a qualquer prefeitura, e são esses desafios que quero colocar hoje aqui, compartilhando a experiência que acumulei com a equipe do prefeito, e me colocando à disposição para dar meus conselhos, trazer as minhas opiniões, de maneira que possamos ter uma gestão extremamente exitosa”, disse.
Ele também destacou que Santo Antônio tem um forte potencial econômico. “Eu enxergo uma visão futura para a Bahia de desenvolvimento a partir de uma regionalização desse desenvolvimento. Não dá para concentrar todos os investimentos apenas em Salvador ou na região metropolitana. É preciso ter uma visão muito mais ampla do estado, ter projeto estratégico que observa a vocação de cada região, como a partir dos investimentos públicos é possível dinamizar a economia de cada região. O futuro da Bahia tem a ver também com o futuro das grandes cidades, das que são polos regionais, como Santo Antônio de Jesus”. (Correios)