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Cravolândia: Manifestação da Educação termina em tumulto e professor é levado a delegacia

Servidores da Educação de Cravolândia, no Vale do Jiquiriçá, fizeram uma manifestação em frente ao prédio da Secretaria Municipal de Educação, anexo a Prefeitura, na Praça Lomanto Júnior, que resultou em caso de polícia, na manhã desta quarta-feira (10/8). O grupo formado por servidores esbarrou na sede da Secretaria e, segundo informações, um professor foi conduzido pela Polícia Militar que foi acionada após o ato de protesto se transformar em discórdia entre manifestantes e integrantes da administração pública local. Os servidores teriam decidido por paralisação após atraso no pagamento de salário. Porém, a secretária de Educação do município, Gilda Letícia dos Santos Brito, atribuiu o atraso a decisão da Justiça Federal que proibiu o município de Cravolândia de movimentar valores recebidos referentes a verbas do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef), atual Fundeb.A secretária acusa opositores do prefeito Naelson Lemos de ter feito denúncia, e diz que não havia necessidade de paralisação, que dos mais de 100 servidores efetivos, apenas 23 foram às ruas protestar e que o ato teve cunho político. ”O salário venceu na sexta-feira, último dia útil do mês. Eu coloquei um comunicado no domingo, avisando a todos os funcionários da Educação que, em razão da conta do Fundeb ter sido bloqueada pela Justiça Federal, em decorrência de denúncias da oposição, até o momento os salários não haviam sido pagos e que o jurídico da prefeitura havia entrado com recurso e estávamos aguardando. Na segunda eu passei para todos os diretores de escolas o comprovante do bloqueio da conta, porque vereadores da oposição estavam dizendo que era mentira”, explicou Gilda Letícia, que revelou ter sido alertada por funcionário que, segundo ela são integrantes de um grupo de oposição ao prefeito, que paralisariam as atividades através de ofício que lhe foi enviado pela ex-secretária de Educação, que atuou na gestão anterior, Joelma Rosa. A redação tentou contato com a ex-titular da pasta para lhe conceder o direito de resposta, mas sem êxito. A secretária classificou os manifestantes de grupinho da oposição. ”Um grupinho aqui da oposição, que tinha seus salários altos não aceitou e mandou o comunicado da ex-secretária de educação dizendo que iriam paralisar, dando prazo só até ontem, mas a conta permanece bloqueada e nós não tínhamos como resolver a situação e estamos esperando o resultado do recurso do jurídico da prefeitura. Hoje, pela manhã, um professor da oposição, Gilvan dos Santos Ribeiro, avançou com uma moto na secretaria, de forma proposital e uma funcionária passou mal”, justificou. Gilda afirmou que a PM foi acionada apenas para garantir a segurança no órgão público, mas que teve de conduzir o servidor que estaria descontrolado. ”Eu, como professora, me sinto envergonhada, não pelo protesto, mas pelas palavras proferidas por pessoas da educação e da oposição”. A secretária nega paralisação na rede municipal e revela que apenas 15% dos professores aderiram à manifestação, sendo substituídos em salas de aulas por professores contratados. A Polícia Militar confirmou que o professor mencionado foi conduzido a Delegacia de Santa Inês, há 08 Km, mas ressaltou que a moto colidiu na porta após o condutor perder o controle da direção. A Delegacia da Polícia Civil, contatada pelo blog, também rechaçou a informação de que o servidor público teve a intenção de danificar o patrimônio público e que, em depoimento, o homem revelou ter sido um acidente e foi liberado em seguida. (BMF)