O teste desenvolvido pelo Sabin, que usa biologia molecular e é o único no país, permite a identificação precisa e a diferenciação de seis vírus
O aumento de casos de Febre Oropouche acendeu o alerta vermelho na Bahia, que registrou as duas primeiras mortes causadas pelo vírus no mundo. Até o último 29 de julho, as ocorrências confirmadas da doença chegaram a 839, de acordo com a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab).
Para auxiliar no diagnóstico da enfermidade, o Sabin Diagnóstico e Saúde desenvolveu um exame inédito no país que usa tecnologia de biologia molecular para detecção, numa única amostra, da Oropouche, dengue, zika, chikungunya e das febres amarela e do Mayaro.
O exame, que está acessível à população nas unidades da empresa em Salvador, Camaçari, Lauro de Freitas, Barreiras e Luís Eduardo Magalhães, é realizado a partir de uma única coleta de sangue e permite a identificação precisa e a diferenciação dos múltiplos vírus responsáveis por essas arboviroses, que têm desafiado os sistemas de saúde em diversas regiões do país e do mundo. A técnica utilizada pelo Sabin para o painel molecular é o PCR em tempo real qualitativo, com alta precisão e rapidez. Os resultados ficam disponíveis em até quatro dias úteis.
“Diferenciar doenças que têm sintomas parecidos, como é o caso da Oropouche, dengue e chikungunya, é um grande desafio. Por isso, ter um exame que consiga fazer essa distinção precisa, e de forma rápida, usando uma única amostra de sangue do paciente, é inovador e muito importante para auxiliar o médico, de forma rápida e segura, na adoção da melhor conduta para o tratamento adequado do paciente”, afirma a coordenadora do Núcleo Técnico Operacional do Sabin, Híbera Brandão.
Ineditismo no diagnóstico e identificação precoce:
Diagnóstico preciso e diferenciado: O painel molecular é capaz de identificar o vírus Oropouche, dengue, independentemente do tipo de vírus (DENV1, DENV2, DENV3 e DENV4), além da zika, Chikungunya, febre amarela e febre do Vírus Mayaro, fornecendo informações cruciais para o tratamento direcionado.
Identificação precoce: o material genético viral pode ser detectado desde os estágios iniciais dos sintomas, a partir do primeiro dia de febre até cinco dias após o início dos sintomas, permitindo intervenções rápidas e eficazes.
Oropouche na Bahia
A Febre Oropouche é causada pelo Oropouche vírus (OROV), transmitido principalmente pela picada de mosquitos do gênero Culicoides, também conhecidos como maruim ou mosquito-pólvora. Na Bahia, as autoridades confirmaram o registro da doença, que ainda não tem vacina e tratamento específico, em 58 municípios, a exemplo de Ilhéus (112), Gandu (82), Uruçuca (68), que concentram a maioria dos casos, e também em Salvador (16), Camaçari (3) e Lauro de Freitas (1).
De acordo com o infectologista e consultor técnico do Sabin Diagnóstico e Saúde, Claudilson Bastos, os sintomas da Oropouche são semelhantes com os da dengue e da chikungunya, com febre alta, dor de cabeça, tontura, dor atrás dos olhos, calafrios, dores musculares e nas articulações, fotofobia (sensibilidade à luz), vermelhidão nos olhos, erupções cutâneas, náusea e diarreia. “Em virtude disso, o diagnóstico preciso auxilia na busca do melhor tratamento do paciente, evitando o agravamento do quadro e a evolução para uma possível internação”, afirma o especialista.
Casos e mortes por dengue no estado
Somente este ano, a Bahia registrou mais de 229 mil casos prováveis de dengue, com 120 mortes, de acordo com o balanço divulgado pela Sesab no último dia 29 de julho. O levantamento aponta ainda que 41 municípios baianos estão em estado de epidemia da doença causada pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite zika e chikungunya. Outras 55 cidades estão em risco, 298 em alerta e 23 em estado de endemia. As faixas etárias com mais casos registrados são de pessoas de 20 a 29 anos, 30 a 39 anos, 40 a 49 anos e 50 a 59 anos, respectivamente. As mulheres são as maiores vítimas, com 56,28% das ocorrências.
“Algumas medidas mais comuns podem ser tomadas para evitar a contaminação pelo maruim, causador da Oropouche, e do Aedes aegypti. Dentre elas, é importante o uso de repelentes de insetos e/ou roupas protetoras e a eliminação total de criadouros dos insetos, a exemplo de recipientes com água parada que podem servir de habitat para os mosquitos, como de latas, potes, pneus, garrafas e calhas”, salienta o especialista.
O médico orienta, também, que a população deve se vacinar contra a dengue. O imunizante está disponível na rede pública de Salvador para pessoas na faixa de 10 a 14 anos, devido ao maior risco de exposição, e na rede privada, como no Sabin, voltado para pessoas de 4 a 60 anos. A vacina protege contra todos os quatro tipos do vírus causadores da doença: DENV1, DENV2, DENV3 e DENV4.
O imunizante – que é eficiente e seguro e ajuda a prevenir mais de 80% dos casos gerais de dengue e reduz em mais 90% as hospitalizações – pode ser aplicado tanto em pessoas que nunca tiveram dengue como nas que já tiveram a doença. O esquema vacinal é feito por meio de duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações.