Um homem de 34 anos, empresário do ramo de cosméticos, foi preso em Camaçari suspeito de estuprar e obrigar uma mulher a se prostituir por quatro anos. A vítima procurou uma delegacia da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), em Belo Horizonte, no dia 12 de janeiro, para denunciar que estava sendo feita escrava sexual. Ela tinha se mudado para Camaçari em 2020, quando os crimes começaram. O suspeito, fingindo ser mulher, passou a conversar com a vítima pelo WhatsApp e, ao conquistar a confiança dela, sugeriu que ela fizesse fotos nuas, sem mostrar o rosto, para serem enviadas para o exterior. O homem já havia sido preso por aliciar e fazer cerca de 40 mulheres escravas sexuais na Bahia.
As investigações da Delegacia Especializada de Combate à Violência Sexual (DECVS) em Belo Horizonte apontam que o suspeito, denunciado por estupro, também obrigava a vítima, de 38 anos, a se prostituir e a filmar as relações sexuais com os clientes. Pelo que foi apurado, os vídeos eram vendidos em plataformas de pornografia.
“Ela não recebe nenhum direito em troca dessas fotos, e ele então passa a chantageá-la e extorqui-la, exigindo dinheiro para que essas fotos não sejam divulgadas”, explicou a delegada Larissa Mascotte, da Delegacia Especializada de Combate à Violência Sexual.
O dinheiro de todos os programas era encaminhado diretamente para ele, ela não via nenhum centavo desses programas”, afirmou a delegada.
De acordo com as investigações, o suspeito ainda colocou um aplicativo espião no celular da vítima e passou a monitorar e controlar a localização dela, as mensagens e os contatos. A equipe policial apurou que mesmo depois de um tempo, quando a mulher retornou para Belo Horizonte, ela continuou a ser vítima dos delitos por parte do investigado. “Além de não receber pelos programas sexuais, ele exigia parte do salário dela em troca de ter as vidas dela e da família preservadas. E quando ela tenta se rebelar contra a situação, ele fala para ela se matar e a todo tempo induz a mulher a suicídio”, complementou a delegada responsável pelo caso ao informar, ainda, que “são cerca de 12 crimes que o suspeito pode responder nesse inquérito”.
O homem, que já foi investigado e indiciado em 2016 por aliciar e fazer cerca de 40 mulheres escravas sexuais na Bahia, encontra-se no sistema prisional à disposição do Poder Judiciário baiano. Em Minas Gerais, a investigação prossegue pela PCMG para identificação de novas vítimas.
“Apreendemos o celular da vítima, que fazia esse monitoramento dela o tempo todo, e a orientamos a ficar em um local seguro. Iniciamos essa operação na cidade de Camaçari, onde, após vários levantamentos, conseguimos efetuar a prisão do autor”, afirmou a delegada.
As investigações vão continuar para apurar se o suspeito estava agindo sozinho e identificar outras possíveis vítimas. Entre os crimes que o suspeito poderá responder, estão: indução ao suicídio, perigo para a vida ou saúde de outrem, extorsão, estupro, perseguição (ou stalking), violência psicológica, invasão de dispositivo informático alheio, registro não autorizado da intimidade sexual, divulgação de cena de sexo ou de pornografia, mediação para servir a lascívia de outrem com emprego de grave ameaça, rufianismo e favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual.
(FONTE: MÍDIA BAHIA )