Prepostos da secretaria de Agricultura Comércio Industria e Meio Ambiente de Santo Antonio de Jesus, através da Diretoria de Meio Ambiente, em atendimento à solicitação oriunda do Ministério Público que acolheu denúncia sobre a derrubada de uma secular jaqueira no Bairro do Cajueiro, em Santo Antonio de Jesus, dirigiram-se ao local para efetuar notificação à proprietária do terreno que, por sua vez, alegou que o corte da árvore foi feito porque estava servindo de esconderijo de marginais.
INTERESSES PECUNIÁRIOS:
A proprietária da área também argumentou que chegou a fazer permuta com alguém do município de Laje para o corte e reaproveitamento da madeira para confecção de mesas, bancos e outras especiarias. Tivemos conhecimento de que, em Laje-BA, não há, no município, restrição a esse tipo de crime ambiental, mesmo havendo no âmbito estadual e federal.
Uma desculpa, convenhamos, que seria plausível se não dispuséssemos de um batalhão com policiais para efetuação de rondas nas diversas artérias da cidade. Por outro lado, tal explicação mostra que a parte substancial da sociedade não está “nem aí” para com a imperiosa necessidade de preservação do meio ambiente. Longe disso.
Há uma lei municipal que versa, no seu bojo, proibição a esse tipo de prática de acinte ao meio ambiente. Fica patenteado, por conseguinte, que o ato de derrubada da árvore feriu a dispositivos de lei, configurando-se em crime.
ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA: Diante dessa situação ficamos a nos perguntar: estaria esse procedimento alimentando especulação imobiliária, na medida em que, com o surgimento de novos loteamentos, a chance de compra e venda de áreas de terrenos suscita melhores condições para negociações?!
Obviamente, mais cedo ou mais tarde, aqui e acolá, árvores desse tipo serão derrubadas, à luz das especulações imobiliárias, por força da impetuosidade do capitalismo selvagem. Lutar contra essa corrente, em meio às concepções reinantes, é, convenhamos, uma tarefa hercúlea, utópica. “Devaneios” à parte, pelo menos a sociedade pode e deve lutar contra práticas inconsequentes e brigar por reflorestamento. Caso contrário, num futuro próximo estaremos fadados ao “tapete” asfáltico e “matas” de concreto.
No entanto, seria de bom alvitre que vereadores, instituições ambientais como GANA (Grupo Ambiental Nascente), associações comunitárias, etc. estivessem, de fato, preocupados com essa questão.
É imperativo que todos saiam das quatro paredes para, em assim fazendo, situações dessa magnitude continuem acontecendo e, para tanto, faz-se necessário um diagnóstico para monitoramento. Sabemos que o GANA recebe subsídios financeiros o suficiente para incentivar ações de reflorestamento mas que passa, necessariamente, pela coibição de práticas degradantes, dessa magnitude. O espaço está aberto para eventuais explicações. (Infosaj)