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Ministério da Saúde anuncia ampliação de testes para Covid-19 e diz que casos da doença continuam a aumentar no país

Teste rápido do novo coronavírus é realizado em sistema drive-thru instalado no Manhattan Park, na avenida Dom Luis Aldeota, em Fortaleza, no Ceará. — Foto: DANIEL GALBER/UAI FOTO/ESTADÃO CONTEÚDO

O Ministério da Saúde apresentou nesta quarta-feira (24) a ampliação de seu programa de testes para a Covid-19 que deve atingir cerca de 46 milhões de pacientes. Segundo a pasta, o número de casos da doença continua a subir no Brasil. “A gente tinha falado na semana anterior que parecia que a curva tenderia a uma certa estabilização ou uma diminuição nos números de casos, a gente vê que nesta semana nós tivemos um aumento significativo de casos novos, entre a semana 24 e a 25, comparando também a semana, o número de casos novos por semana epidemiológica com os principais países do mundo, como os EUA, Russia, India, Reino Unido, Peru e Itália”, disse o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros.

Ele explicou que o platô da curva epidêmica, que representa uma estabilização dos casos, não foi atingido no país.

“A gente a cada semana vai analisando os dados. Esta é uma doença que estamos aprendendo com ela e a cada semana os dados nos mostram tendências. Quando a gente fala que a gente tá caminhando para uma estabilização, a ideia do platô é na verdade uma estabilização de casos ou uma redução de casos é o comportamento da semana epidemiológica a cada semana epidemiológica, mas isso a gente vai analisando a cada semana epidemiológica.”

Medeiros disse também que há, em algumas regiões, a queda no número de morte, mas reforçou que “chegar no platô” não significa o fim da epidemia.

“O que temos de bastante significativa e os dados mostram é que em algumas regiões o número de óbitos das ultimas duas, três semanas vem diminuindo”, disse o secretário. “Quando a gente fala de chegar no platô, não to dizendo que encerrou, mas vamos avaliando a cada semana epidemiológica.”

Testagem em massa
Além disso, segundo Medeiros, dos 46 milhões de testes aplicados no atendimento básico, a metade será do tipo RT-PCR – mais precisos –, e a outra metade, testes rápidos – de anticorpos.

Não mudam as recomendações iniciais de testagem, e pacientes hospitalizados e mortes continuam sendo avaliados para a presença do vírus no organismo.

“Hoje essa testagem está mais concentrada em coleta de 100% dos casos internados com SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave)”, disse Medeiros em entrevista coletiva. Profissionais de saúde e de segurança pública também serão testados ainda que não apresentem sintomas.

Interiorização dos casos
A nova diretriz da pasta é voltada para os municípios do interior, que começam a registrar um aumento no número de casos de coronavírus. Além disso, Medeiros reforçou que mais testes serão expandidos para as unidades-sentinela, que servem como apoio para a vigilância epidemiológica no país.

“Junto à atenção básica, nos centros de atendimento de Covid, coletaremos 100% dos pacientes com síndrome gripal, nos demais serviços de saúde vamos coletar todos os casos de síndrome gripal”, explicou Medeiros.

Síndrome gripal é como são conhecidos os sintomas mais leves da Covid-19, como febre, coriza e tosse. Estes são os sinais presentes em pacientes com quadros leves da doença, que não chegam a ter falta de ar, ou a necessidade de ventilação mecânica.

Centros de testagem
As amostras coletadas serão levadas para o laboratório central (Lacen) local – todos os estados e o Distrito Federal têm um destes. Os centros têm a capacidade técnica de análise das amostras, mas caso o laboratório não tiver capacidade de analisar todo o material, ele será levado para uma central de testagem.

Se o laboratório não tiver capacidade de analisar todo o material, ele será levado para uma central de testagem com maior capacidade de análise: na Fiocruz do Rio de Janeiro e do Paraná e o complexo Dasa, em São Paulo. (G1)