Foto: Marcos Corrêa/ PR
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse nesta segunda-feira (13), durante entrevista coletiva, que os novos casos de coronavírus não param de subir em vários países. Tedros relacionou essa situação com a forma que governos e a população desses locais estão retornando ao “antigo normal”.
“Deixe-me ser franco, muitos países estão indo na direção errada. A Covid-19 continua sendo o inimigo público número um, mas as ações de muitos governos e pessoas não refletem isso. Não haverá retorno ao antigo ‘normal’ no futuro próximo. Mas há um roteiro para uma situação em que podemos controlar a doença e seguir com nossas vidas”, disse Tedros.
A entidade reforçou ainda os pedidos de distanciamento social e higienização constante com sabão ou álcool gel. Além disso, pediu para que a população não deixe de usar máscaras. “Se o básico não for seguido, há apenas um caminho para esta pandemia: ficar cada vez pior”, disse o diretor geral da OMS.
Países em intensa fase de transmissão
Tedros ainda mencionou a marca que o mundo chegou de mais de 230 mil novas infecções nas últimas 24h e se assustou com os dois países que lideram os números. Os países em questão são os Estados Unidos, com 66.281 novos casos, e o Brasil, com 45.048.
“Quase 80% desses casos foram relatados em apenas 10 países e 50% vêm de apenas dois países. Embora o número de mortes diárias permaneça relativamente estável, há muito com que se preocupar”, afirmou Tedros.
Ghebreyesus apontou que muitos países estão perdendo os ganhos obtidos com a reabertura, principalmente nos países que estão em intensa fase de transmissão. “Estamos vendo isso nas Américas, no sul da Ásia e em vários países da África”, informou.
Em relação aos países das Américas, epicentro da pandemia, a OMS demonstrou preocupação com a reabertura econômica neste momento da pandemia na região. América Latina já é a 2ª região com mais mortes pela Covid-19.
“A reabertura desses países levou a uma transmissão mais intensa”, disse o diretor de emergências da OMS, Michael Ryan, lembrando que alguns desses países, durante o isolamento, haviam tido pequenas conquistas.