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Papa pede maior compreensão com famílias não tradicionais

Papa Francisco, em imagem de arquivo, durante cerimônia no Vaticano em 3 de março de 2015 (Foto: Max Rossi/ Reuters)

O Papa Francisco pediu mais compreensão com relação às famílias não tradicionais no documento “A Alegria do Amor”, que foi divulgado nesta sexta-feira (8). Ele pediu aos sacerdotes de todo o mundo aceitar gays e lésbicas, divorciados católicos e outras pessoas que vivem em o que a igreja consideradas situações “irregulares”. O texto, que tem 256 páginas, traz as conclusões de dois sínodos sobre a família e representa uma mudança na doutrina da igreja. O documento reconhece as numerosas razões pelas quais os casais, segundo o contexto social e cultural, decidem conviver. O pontífice diz que a igreja não deve continuar a fazer julgamentos e “atirar pedras” contra aqueles que não conseguem viver de acordo com ideais de casamento e vida familiar do Evangelho, destacou a Associated Press. No entanto, o documento rejeita “os projetos de equiparação das uniões entre pessoas homossexuais com o matrimônio”, segundo a France Presse e a Reuters. O Papa Francisco já tinha dado várias declarações que indicavam uma maior abertura. Em agosto do ano passado, ele já tinha pedido para que os fiéis divorciados fossem acolhidos e não tratados como excomungados. O líder católico pediu à igreja que “valorize” as “uniões de fato” e reconheça os “sinais de amor” entre estes casais e que sejam “acolhidos e acompanhados com paciência e delicadeza”, afirmou a France Presse. O pontífice tem insistido em defender que a consciência individual deve ser o princípio orientador para os católicos para negociar as complexidades do casamento, da vida família e do sexo. O Papa Francisco estende a mão aos divorciados que voltam a se casar na exortação apostólica e convida a igreja a “fazê-los sentir que são parte da Igreja” e recorda que “não estão excomungados”, segundo a France Presse. “Estas situações exigem um atento discernimento e um acompanhamento com grande respeito, evitando qualquer linguagem e atitude que faça com que sintam-se discriminados, promovendo sua participação na vida da comunidade”, escreveu o Papa. O documento “Amoris Laetitia”, como é chamado em latim, é fruto de dois ciclos de consultas e de dois tensos sínodos realizados em outubro de 2014 e outubro de 2015 sobre a crise vivida pela família moderna. (G1)